Letra da Música Reza Lírica de Mc Mercê

O que vai ser de nós quando o tempo não abrir
O que vai ser de nós quando a última árvore cair
O que vai ser de nós quando geral tiver no chão
O que vai ser do teu dinheiro faltando alimentação

Eu vejo tudo acabando, vejo os muros subindo
Preto e branco vai surgindo e o verde vai sumindo
Falta emprego, falta escola, hospital é mó demora
E você se preocupando como a bunda rebola

O prefeito toma posse, o povo toma uma coça
Atitude e revolução, só se for por nota
Gostam muito de farra, de festa e curtição
E depois querem cobrar do craque da seleção

Eles fazem a revolução atrás de um celular
Enquanto uns tem mais grana do que consegue contar
Já pensei em desistir, temi coisas demais
Seguir plano nenhum foi o meu plano mais sagaz
É um filme de terror, onde somos figurantes
Obedecendo leis, vivendo em modo inoperante
A humanidade de luto, perdeu a fé no amor
O mundo pede socorro cansado de tanta dor

Sangue no chão, quem mata mais é vencedor
Querem a paz mundial, mas só guardam ódio e rancor!
É que o peito dói, só de pensar em toda perda
E quando olho pro céu bate saudade dos que lá estão
Eu choro pensando no tempo que nos resta
Quero mudar de estrada e não só seguir em vão!
Sistema falido, indo ladeira abaixo
Povo oprimido, trabalhador sofre esculacho!
É o que eles querem, instalar desunião
Melhor que chorar pela perda é sorrir pela lição

Gringo vem pro Brasil, pinta e borda e sai ileso
Morador cospe no chão e em 10 minutos já tá preso
Vocês tão virando fóssil, sem história pra contar
Tudo que tem na tua conta no fim não vai te salvar
Se ninguem explica Deus, Deus não pode me explicar
Vocês só vão dar valor quando essa porra acabar

Criam bombas nucleares na intenção de matar
Mas a cura do câncer ainda não sei quem vai criar
Tenha respeito com os mais velhos e proteja os mais novos
Ser um babaca egoísta não vai te livrar do óbito
Licença pra rimar, até que mude o cenário
Licença pra matar, até que eu invada o plenário

Mais que um pedido, uma reza, humanidade de merda
Inveja o que não tem, e quando tem não valoriza
Tá calor pra caralho e vocês derrubando árvore
Depois, de joelho implora e pede perdão na missa
Meu pais é governado por quem não me representa
Mas represento no rap a frustração da minha renda

Pena de morte? Não, é uma pena ter uma morte
Não é enfiando a faca mais fundo que se cura um corte
Essa é minha reza lírica pra quem quiser ouvir
Aceitar as diferenças, isso sim é evoluir