Letra da Música Arte da Guerra de Ideologia e Tal

Fama, luxo, muita grana
Um sonho, que ainda leva muita gente ao sujo sub
mundo
Que faz você esquecer de você
De tudo que o lado bom pode te oferecer
Falo do amor,do singelo perdão
Dessas coisas que só fazem bem ao seu coração
O filho que gera a vida no ventre da mãe que era
perdida
Ou do catador de papel sabendo que a volta foi bem
sucedida
Que vai chegar em seu barraco
O rango vai estar garantido
Tem arroz e feijão no prato o que vier mais é bem
aceito
Meu povo se aventura logo as cinco da matina
Olhe de rosto em rosto em cada face tem uma história
Algumas mais sofridas, outras de alegria
Num só papelão é coberto
Enquanto o frio congela a espinha
Fontes de inspiração para esse pobre poeta
Sua arte o papel, o pulso e a caneta
Na mente a arte mais poderosa que a sombra
Sensacional poder falar da dor e da alegria
Deus me deu o dom e ele mesmo quem me guia
Me guia pelo caminho bom da sabedoria
E me da forças pra poder sobreviver da guerra
Onde a maldade anda ao lado da hipocrisia
Onde pra conseguir o pão mesmo caído no chão
A humilhação sobre você é coisa garantida
Falhas dessa vida, tristeza predomina
Em meio o choro e a dor uma ponta de esperança
Um sorriso de criança isso ainda alegra a favela
Transformei tudo em poesia
Eis aí a arte da guerra
Ah se eu conseguisse acabar com a violência
E pudesse só viver de paz e harmonia
Mudava o quadro, o mal era abominado
A fome do nordestino viraria alegria no prato
A doença do enfermo tornaria a vida em dobro
A mão que castiga e assola seria a mesma que te faz
afago
O feto deixado no lixo isso não mais existiria
Uma humanidade melhor sem o olho maior que a barriga
Nações ricas, reunidas só lutando pela vida
Um só Deus, uma religião, uma guerra santa abolida
Mais infelizmente é ao contrario o que eu vejo
Pouco a pouco o homem o mundo vai destruindo
Se te perguntasse por que a fome dói qual seria a
resposta?
Por que um prato de comida te faz tanta falta?
Por que bate a porta?
Na hora com certeza se ainda houvesse vergonha
Se enforcaria de tanto remorso usando a própria
gravata
Mais aí doutor eu sei que nada disso te abalou
Porque no seu peito vazio não existe amor
Nos olham com desprezo em sua matemática
Um número a menos nessa podre estatística
Que vai morrer na favela ou se acabar numa cela
Pra vocês assim tá bom, danem-se as pessoas
Mais tô aqui bem vivão fazendo a minha parte
Seu aplauso não me importa nem sua piedade
Sei disso aí, maldade tem de sobra aí
Não quero esse jogo sujo isso não é pra mim
Consegui sobreviver sem sua sobra, sem sua pena
Ei engomadinho você não é do meu esquema
Eis mais um mal pra mim que é pra te provar bem
Não me rendi ao sistema nem meus irmãos também
Em meio ao fogo cruzado a rima sai, explode
Falar de um povo que sofre essa é a nossa arte