Letra da Música Não Sabe o Quanto de Atentado Napalm

[Refrão
Você não sabe o que eu passei pra chegar até aqui
Você não sabe o que eu sofri

[Verso: Chucky]

Tem que ser cara de pau nessa chuva de canivete
Meus rolê de mobilete bem mais loco que os seus de Jet

Cê sai com as paty, nois pega as piriguete
Sem jantares à la carte, só miojo e kitnet

Sem tempo pra espaguete, bacana no Espoleto
Só manteiga e pão baguete sobra grana pros boleto

Rolê com a mina é de lei e ela sempre faz cara feia
É que o cinema é só na quarta porque nós dois paga meia

Desde moleque é só perreio, no colégio sempre veio
Vontade de comprar uma laranjinha no recreio

Pedir é muito feio. Minha mãe sempre diz isso
O arroz vai pra panela e a embalagem encapa o livro

Mochila do Dragon Ball ficava só na fissura
Emoção no dia que eu comprei minha primeira Pìtchula

Dois filhos pra criar e uma mãe sozinha
Trabalha de empregada, mas emprego não tinha

Dinheiro não vinha e eu não gosto do errado
A solução é meio salário no Instituto Pró Cerrado

Meu tênis tão descolado que o chão molhado eu sinto
Fui entrar num Mcdonald? s já tinha uns vinte e cinco

[Refrão

[Verso: Eko]

Me vi num casamento com o demônio
Em comunhão de bens minha alma era o meu patrimônio

Num mercado exigente que não basta ser bom
Ter que pegar um leão vivo e fazer de edredom

A criança que queria um par de asas
Por elas eu orava e não passava da laje da minha casa

De mão juntas dobrei o joelho e Deus mostrou
Qual fio a se cortar entre o azul e o vermelho

Lembro que a sala inteira ia fazer a excursão
Eu inventando doença por não ter o da condução

Só queria a multidão gritando que me adora
No campo eu correndo driblando com a Diadora

Moleque evoluiu com isso a ficha caiu
Não sou o melhor do Brasil e eu só vi agora

Na escola os cara curte ultrapassado igual o Orkut
Na quadra seu rainha não pegava o meu Kichute

Só trampo e hora extra
O seiscentos e pouco na minha carteira é quase o número da besta

Sujeito do predicado agora sujeito homem
Dona Ivone passou roupa pro filho não passar fome

[Refrão

[Verso: Gigante No Mic]

Falam de Deus na teoria, mas a besta é prática
Te faz ser correria só por cesta básica

Mágica é o que você faz quando o pagamento
Não dá nem pra pagar as contas, mas garante o mantimento

Na infância os lamentos por não ter a condição
De poder comprar um Nintendo mano mó decepção

Arroz só com feijão quantas vezes e mais nada
O ovo frito é a salvação pro almoço da molecada

Vida desgraçada! Me fez mais um maluco
Sonhando tipo Chaves em busca de Acapulco

Fugindo do Nabucodonosor, Daniel
Na cova dos leões me tornei só mais um réu

Cai a torre de babel causando a confusão
Falo a língua da maloca porque sua terra é meu chão

Então piso com cuidado pra subir cada degrau
Lembrando do inicio pra chegar bem no final

Eu vim de baixo por isso parto pra cima
Não acredito em destino, eu memo faço a minha sina

Minha força não é divina, é só força de vontade
Napalm! O sonho virando realidade