Letra da Música Pássaros de Almanaque

(Digz)
Meditando, sendo um pássaro
Eu mesmo faço o corre, quero mais um maço
pra fumar, equilibrando espírito
espiritualmente bem, pra não me jogar do precipicio

Não sendo mais um, como droga corre em toda minha veia
Honrando minha véia, sou mais um da alcatéia
Não rainha da coméia, esse tempo acelera
De plantão com a caneta, escrevendo a luz de velas

Maldito tempo, acelera e diminui
Maldito tempo, onde as coisas nunca fluem
Destroço de sentimento, maldito tempo
Onde os sonhos vão com o vento

Foda, a garganta arranhada
Mais um gole da malvada, esse mundo é uma cilada
Foda, eu não paguei minha entrada
tô vendo o espetaculo e só rindo das piadas

Maldito tempo, maldito tempo
Com pássaros malditos voando contra o vento
Maldito tempo, maldito tempo
Onde o espelho já não acompanha os meus movimentos

(Hud)
Sobrevivente dessa atmosfera, fugitivo da alcatéia
Enganado pelo vento, perdido nesse tempo
Confundido por ideias, me sentindo
prisioneiro do meu próprio pensamento

No momento, tô presenciando os holofotes
Percebendo que minha vida é um filme sem cortes
Sem sorte, assegure-me da morte, num fode
Ô seu garço desce pra mesa mais dez doses
Hoje é dia de afogar todas as neuroses

Eu tô fazendo das costelas corações
Pois saiba, que tá difícil guardar amor
onde só tem decepções
me apeguei a orações, lamentações
e canções, á procura da minha alma
em meio a conturbações

Provei da doce dose do veneno, tô degustando
tô pegando e tô afogando sentimento
tá complicado pra viver cada momento
Com esses pássaros malditos me trazendo mais tormento

Veja meu mundo é uma gaiola
E o mesmo cadeado que me prende é o motivo
que destrava minha pistola, vou pega esse mundo a fora
Com o futuro na minha palma e fazer valer o agora

Refrão
O Pássaro é livre na prisão do ar
O espírito é livre na prisão do corpo
Mas o pássaro não vive se não puder voar
Enquanto o eterno vaga no caixão do morto

(Jay)
O que é visão cega? seja esperto!
Só perguntar pra um japa se ele tá de olho aberto
Equilibrio meu suspiro mesmo que eu pareça derrotado
Pois o mal é a vista, o bem é parcelado

Pequei um trem, vem que tem
na força magnética da difusão
A Razão nunca foi de acordo com o que eu quero
Eu nem mais espero, só
só ligo o parafuso da interpretação
Atravessar o tempo, até meu templo
e patinar nesse mar de confusão

Só que não, se toca, não troca
seu troco, trocado, suado por trocadilho
Por quem cê levaria o tiro, é quem tá por trás do gatilho
E a pistola que guarda a bala, não fala
só canta, me dopa, me intala
Me lança pra dança convidativa
que me mantém numa prisão sem fiança

Pois céu e inferno estão atrás
de cada parede, de cada janela
Debaixo de cada calçada
por dentro da cada cabeça sequela
Por dentro de cada nova novela, a janela aberta permite
Viver livre nas prisões dos nossos próprios limites

Refrão
O Pássaro é livre na prisão do ar
O espírito é livre na prisão do corpo
Mas o pássaro não vive se não puder voar
Enquanto o eterno vaga no caixão do morto