Letra da Música Vítimas do Bairro de Agente Supremo

Música: Agente Supremo Feat La Muerte


I - Manifesto
Porquê que o sistema virou-nos as costas?
Porque é que o bairro continua a mesma bosta?
Porquê que ele continua grave como crosta?
Quero responder mas não sei qual a resposta
Olho no relógio, vejo o tempo cristalino
No tempo do tempo que estou preso no destino

Onde sou consolado pelo oculto narrador
Aqui a pobreza é gratuita; têm cuidado
Ninguém tem razão mesmo certos ou errados
Não há favores nem descontos arranjados
Ou pagas pelo preço certo ou por um mais alto
Todos traem todos sob um tom de várias cores
O Amor escasseia com a perca de valores
Se a tua felicidade tá nas drogas; reflicta!
Ela pode ser roubada pela polícia
Eu tenho a perícia, de não cair em sonhos
Durmo acordado ante ao destino medonho
Não quero sair do bairro ou viver em currais
Nas centralidades ou projectos habitacionais

Ii - Manifesto
Aqui vivem as vítimas que muitos desdenham
Aquelas que os vossos deputados não zelam
Onde os microfones e repórteres não chegam
Onde as câmeras das Tv públicas congelam
Os putos do bairro vão brincado inocentes
Zombando da vida, vão rindo do presente
Enquanto o futuro os espera com temperança

Triste é ver as miúdas querendo ser grandinhas
Armadas em finas vão seguindo as Modinhas
Volta e meia perdem-se mais criancinhas
Elas viram mães quando ainda são meninas
Como te sentes ao ver no rosto dos teus pais

Mas quem será o culpado, és tu ou ele


II - Manifesto
Pelo bairro, para bairro; somos pelo bairro
Nascemos no bairro; vivemos no bairro
Nigga tem cuidado... Passa do outro lado
Porque morte espreita sempre aqui no bairro
No bairro, o clima anda mais feroz
Policias atiram primeiro e perguntam depois
Não queiras ver com os próprios olhos o massacre
Pow, pow... Ontem mesmo mataram o Sidraque
Nem tudo e um desastre no lar-doce-lar
Convivemos felizes, com a tristeza a espreitar

Mas temos discípulos de Al Capone e Pablo Escobar
Eles são o que são; estão acima lei
Com actos reprováveis mais malvados que o Dj
Mas quem será o malvado São eles ou o sistema
Que construiu está prisão, que sempre os condena?

Iv - Manifesto
A Morte espreita sempre aqui no bairro
Todos estão errados, todos são culpados
Quem diria que o nigga Reis?
Hoje seria o delinquente mais atroz de getto
Mas, diz-me, lá de coração
Quem é maior culpado desta situação
É ele, a simples vítima sem opção
Ou sistema que construiu-lhe esta prisão? "Somos pelo bairro"ro"

Coro: Pelo bairro, para bairro; somos pelo bairro
Nascemos no bairro; vivemos no bairro
Nigga tem cuidado, passa do outro lado
Porque a morte espreita sempre aqui no bairro