Letra da Música Desliguei a Máquina de Terrorismo Sónico

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Música em MP3
Hoje parei à beira da estrada
Estou vazio mas não quero mais nada
Abdiquei, não mudei a página.
Pus o fio, desliguei a máquina

Faz meses que já não sonho e adormeci as emoções
Hoje o mundo é feio e medonho,
quero estar só com os meus botões
Frio, coração de pedra, mas a culpa não é minha
Deus fez-me três visitas, levou tudo o que eu tinha
A minha vida é o resultado da maturação imposta
Um adulto à força na avalanche da encosta
Não guardo segredos mas há algo que eu não te mostro
Como o peso da morte que escondo por trás do meu rosto
Mas, por vezes, dias são lentos, cinzentos, intermináveis
Com nuvens carregadas de notícias desagradáveis
Por favor hoje não me fales de responsabilidade
Da conta da água, do gás e da electricidade
Da renda, das prestações e das taxas de juro
Do carro, da gasolina, da comida e do seguro
Saldo bancário nulo, enquanto deambulo
Às voltas no casulo, estou vivo congratulo
Anestesio os sentidos demónios adormecidos
Os fumos dos piores vícios por mim adquiridos
Entre doenças não passaremos despercebidos
Está uma guerra à porta: nós, os maiores inimigos
Polícias são bandidos, bandidos são polícias
Apaga a televisão, não vejas as notícias
O medo conduz-nos ao controlo populacional
Contaminados pelo vírus da crise, sem injecção de capital.

Hoje parei à beira da estrada
Estou vazio mas não quero mais nada
Abdiquei, não mudei a página.
Pus o fio, desliguei a máquina


Hoje acordei com os olhos em sangue
e as mãos cheias de feridas
Com o corpo anestesiado e alma dorida
Parei para pensar: será do caminho que tenho seguido,
Ou será de todos os sacrifícios que me têm pedido?
Hoje caiu-me tudo ao chão, embarquei na névoa
E perdi-me na escuridão, não quero ver ninguém
Dá-me um dia de solidão
Volta pró sitio de onde saíste, hoje estou em reflexão
Quero fingir que não existo e mudar de nome
Quero limpar esta mancha que por dentro me consome
Apagar esta chama que me queima e me absorve
As lágrimas já secaram, hoje nada me comove
Sem ninguém pra me mandar e me dar ordens
Sem ninguém pra desviar e deturpar minhas mensagens
Encontrei-me comigo, sou dono do meu eu
Já não mandas em mim, hoje o mundo é meu.

Hoje parei à beira da estrada
Estou vazio mas não quero mais nada
Abdiquei não, mudei a página.
Pus o fio, desliguei a máquina

Hoje quero estar em solidão
Agarro em ambas as mãos a foto do meu avô, encosto ao coração
Eu vi a luz naquela sala com a luz cortada
No meu ombro eu tenho um anjo, que me conduz, que me guarda
Quando me sinto perdido, quando o mundo não faz sentido
Quando carrego um fardo pesado e acabo abatido
Eu sinto que eu devo encontrar o verdadeiro norte
O meu rumo, o corte no meu coração é profundo
Por mais que tente tocar no céu bato sempre no fundo
Senhor, leva a minha solidão com os corpos
Mas não leves o amor dos meus olhos
Hoje já não sinto dor, sinto uma força imensa
Presença intensa; sequei as lágrimas, virei as páginas,
Afoguei as mágoas... hoje não me magoas,
Não estou aqui, estou nas falésias à beira de uma lagoa
Enquanto declamo poesias na primeira pessoa...

Hoje parei à beira da estrada
Estou vazio mas não quero mais nada
Abdiquei, não mudei a página.
Pus o fio, desliguei a máquina

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Ficha Técnica da Música Desliguei a Máquina

Número de Palavras508
Número de Letras3666
IntérpreteTerrorismo Sónico

Na tabela acima você vai encontrar dados técnicos sobre a letra da música Desliguei a Máquina de Terrorismo Sónico.

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