Letra da Música Justiça de Xangô de Omnira

[Jana D'Notria]

Filho chora e mãe não vê
Filho chora e mãe não vê
Filho chora e mãe não vê
Filho acorrentado, humilhado, massacrado
Oh! Mãe África
Eu rogo

[Juliana Sete]

Todo amor dessa vida
Pras mina, pras criancinha
O jack eu quero morto
E pros manos mais disciplina

Descargar de consciência
O negro anti-cota
Como Jesus anti semita
Pararelo cobras de botas

Poder pararelo
Poder constituinte
Poder para o povo
E ao povo cabresto insiste

O Ebola que dizima os filhos da minha mãe(África)
O ms no almoço
Com chanceler regado a champanhe

Professora que toma pau, gás de pimenta
Esse é o bônus
Educação não é importante
O importante é a paz dos condôminos

Patrícios da favela, estimativa, vida aos 30
O estado rouba sonhos,rouba nomes
na chacina

Dizer amém pra quem?
Se esse Deus não me acolhe
Meu útero é laico
E sobre ele eu quem escolhe

Maldita geni, apedrejem a geni ( há há há)
Maldita geni, apedrejem a geni
Mas quero ver quem vai salvar (Quem?)
Quando sobrar o zé pelin

Meritocratas, assassinos
Matam sonhos e meninos (Matam sonhos)
Redução hoje dezesseis
amanhã intrauterino

[Paty Treze]

Nos beats pesados, ou no toque do tambor
Xangô, justiça derramada por favor
O sangue escorre no escadão da favela
A tensão é grande entre becos e vielas

A criança pega na maioridade penal (redução)
Enquanto goza a vida
Quem tirou a educação e enviou o arsenal
De armas pesadas, do pó e da pedra
A criança não brinca são adultos sem regra

O plano de governo é o seguinte
Emburrece o país e coloca limite
Com conhecimento somos armas engatilhadas
O sistema sabendo disso, vai e desarma

Fazem lavagem cerebral e nos força bater palma
Uma ditadura disfarçada de democracia
Onde acreditam na meritocracia

Chamam bolsa miséria os que não tem o que comer
Fácil falar assim, com água importada pra beber
Tratam o feito e se esquecem da causa
Dentro da viatura tem arma pra ser forjada

Em mim tanta revolta que me enoja
Mas enquanto eu tiver voz
Sou por nós
E tô disposta