Letra da Música Brasil de Manifesto!

Sonhos mutilados e visões distorcidas do mundo
alimentam a parte podre que cresce no submundo,
é a forma de defesa pra manter o raciocínio,
pra não matar por grana nem cometer suicídio.

Num país onde a política só aumenta o abismo,
eu me contento com barraco sem piso.
Sem forro, quando chove molha tudo, quando é calor é Foda.
E o boy aprende a segregar no seu curso de moda, lançar,
novas tendências copiando Paris.
Querendo viver na Austrália, botando pó no nariz.
Esquecendo que seu país vive em guerra civil,
tem exploração infantil, céu não é azul anil.

Tem crack como atração, razão, fonte de renda.
Polícia assassina, cadáver por encomenda.
Comércio que depende do humor do traficante.
As aves que aqui cantavam não cantam mais
como antes...

Refrão:
Esse aqui é o Brasil que sobrou pro nosso povo:
revolta no coração, decepção no rosto.
Esse aqui é o Brasil que sobrou pro nosso povo:
reflete a desigualdade na cidade do porto.
2x

Oitenta por cento da população vive de mágica,
juntando migalha no mês sonhando com uma cesta básica.
Chora, pega o resto e aproveita bem,
o Brasil é o país do futuro enquanto o presente não tem.
Onde a pobreza é santa e a humilhação não dói,
o auge do sucesso é ser a capa da Playboy,
aparecer no Domingo cercado de prostitua.
Fazer parte do elenco do Gugu na sua disputa.

Não dá pra entender o quanto a gente engole de farsa,
com um tênis velho no pé arruma comida de graça.
Não que eu não agradeça o que Deus me deu,
mas é coisa do homem essa história de Rei e Plebeu;
Acumular riqueza, disseminar pobreza.
Fazendo, vivendo conto de fadas as avessas,
onde o final não é feliz e o príncipe não tem cavalo,
tem uma 380 e um celular clonado.

Refrão

Brasil mostra tua cara e aceita minha revolta.
Tira do Roberto Justus o blindado e a escolta pra ver
se ele vai ser respeitado, admirado,
numa cela suja com mais 15 favelado.
O inferno é o que parece, o inferno é o que é.
Pra ver sua liderança testar a sua fé,
querendo o final do turno do demônio sentinela,
sonhando com roupa limpa, rezando á luz de velas;
pra saber qual é a sua principal aptidão,
com louvor no seu currículo a falta de compaixão
é cobrar com o mesmo cobre o mercado é disputado.


Matou a mãe por dinheiro o aprendiz está contratado.
Render o carcereiro tá em segundo plano,
não teve ambição, faltou astúcia pro fulano.
A carta de demissão vai escrita com sangue,
pronto, objetivando meta, ladrão, não tem próximo confronto.

Refrão

Sei que colar de diamante e iate não é pra mim.
Já que eu não posso ter vou odiar até o fim.
Olhando seu jogo de liga leve,
vendia a alma no couro do banco do importado.
Só mais um trauma.
Nas festas que são restritas.
Regadas a putaria, o gosto amargo da exploração da periferia.
Perderam o emprego por causa da sua revolução industrial,
feita de máquinas e sem coração.
O lucro que faz da vida meramente mão de obra.
Trabalho escravo, pagamento irônico de sobra.

Sua campanha bancada pelo empresário modelo,
com gravação em fita, é impossível de ter apelo.
Mas se o juiz é comprado com dinheiro não declarado,
processo engavetado, tá bom pros dois lados.
Só não tá bom pra quem não tem nada dentro de casa,
e sabe que o Vale Europeu, ladrão, também tem sua Faixa de Gaza.

Refrão


By Ricardo Albino
Ajustado e corrigido por Arnon Tillmann