190 letras de Músicas de Luiz Marenco: Baixar MP3, Significado, etc.

Conheça as 190 letras de músicas de Luiz Marenco cadastradas no nosso site. Clique em cada uma delas para acessar detalhes diversos.

  1. 1A Boa Vista do Peão de Tropa
    Nos rincões da minha querência, arrabaleira conforme a vontade. Me serve um mate, pampa minha, nesta vidinha que me destes. Antes que embeste a novilhada, prá o mundo alheio das porteir...
  2. 2A Campo Fora
    Manhã linda, vento morno. Os ovelheiros trabalham. Cheiros de flores exalam. De campo, várzea e banhado. Olho atento, laço armado. Cuidando o lado do vento. Pra estender os quatos tento...
  3. 3A Crioula Identidade
    Ao redor do fogo de chão estalam brasas antigas. Me chamando, outras vidas, que pealaram antes de mim. Por isso que canto assim, respeitando a alma terrunha. Em mim, a própria alcunha, de um...
  4. 4A Moda Martín Fierro
    Aqui me ponho a cantar. Ao compasso da guitarra. Que o índio que se desgarra. Nunca mais pode parar. Viver é contrapontear. Na tristeza onde se atola. Sem jamais pedir esmola. Nem carinho, n...
  5. 5Alma de Campo
    Quando o aramado da poesia sem mordaças. Vai se infurnando no teclado da cordeona. O alambrador abre cancelas pra quem passa. Atando atilhos de cantigas redomonas. Mas sem tropéis se transfo...
  6. 6Alma de chamarrita
    Venho ferido de um pontaço de chamarra. quando me agarra vai direto ao coração. não caio ao chão no aço branco das guitarras. que eu sou benzido a canto a brasa de galp&#...
  7. 7Alma de Espelho de Rio
    Para quem se olha no espelho de um rio. na volta “pras casa” num final de lida. enxerga a sua alma, com olhos de espera. além de uma imagem, no rio, refletida!. A água não...
  8. 8Alma de Galpão
    Como faz bem um chimarrão feito a capricho. Quando cevado com o calor da própria mão. A madrugada negaceando mostra a cara. Cheiro de garras e pelegos pelo chão. Como faz bem ouvir...
  9. 9Alma Pampa
    Quem te batizou milonga, decerto foi algum monge. Que escutou de muito longe o teu murmúrio de sanga. Ou quem sabe alguma changa, dormideira nos arreios. Dessas que fazem ponteios com unhas de ja...
  10. 10Amadrinhador
    Quem pensa que em si se basta. não conhece o mandamento. Não hay tormenta sem vento e nem cambona sem alça. Uma guampa sem cachaça, cabelo negro sem flor. E nem tropilha machaç...
  11. 11Amansador de Estradas
    Destapou lá na coxilha. volteando as covas de touro. vinham dobrando flechilha. quatro rosilhos e três mouros. duas éguas douradilhas. vêm se assustando da sombra. e um baio da anc...
  12. 12Andarilho
    Abro a porteira e me aparto do campo verde e estancieiro. Só pra estender meu baixeiro no capão dos corredores. Sou desses que os cantadores batizaram nas guitarras. No peito de um malacara...
  13. 13Aos Olhos da Terra
    Toda força desta vida. Vem da terra que palpita. No seio do coração. É seiva que vem do chão. E se transforma em paixão. Cicatrizando feridas. O pão que madruga os f...
  14. 14Aquele Zaino
    "Entre os cavalos que eu tive. ouve um zaino requeimado!. Era bom como um pecado, de pata e rédea - um relampo!. Bonito para um passeio. Garboso e atirando o freio. em toda a lida de campo....
  15. 15Assim No Mas
    Assim No Más. Luiz Marenco. Composição: Mauro Moraes. Por conhecer da lida que a vida me deu. Meu galopear de moço escaramuça de dor. Quando te vejo vindo meu fruto da mata. A...
  16. 16Assim Se Vai P'a Três Cruzes
    Assim se vai "p`a três cruzes", Sair batendo sincerro, A alma solta adelante. Num trote de cruzar cerros. Cruzei por "sauce" florido, Água no peito da eguada, Noite de or...
  17. 17Ave Maria da Guitarra
    Ave milonga pampeana Maria dos campeadores. Rogai por nos sonhadores em cada tarde do pago. Nos que lavamos a erva pelas horas chimarronas. Enfumaçando cambonas pra disfarçar os amargos. Ave...
  18. 18Bailes do Boqueirão
    "Nos bailes do Boqueirão. Não tem de mamãe não gosta. Depois que a chirua encosta. Só o que aparta é com facão". Nos bailes do Boqueirão. Sem espora n...
  19. 19Bailongo do Mato Grande
    Um par se vem. Outro se vai, outro que fica. A gaita louca, se desmancha no salseiro. Salta faísca e fumaça de candeeiro. E reverbera no cabelo da marica. A gaita velha muitas vezes é...
  20. 20Balcão de Pulperia
    A noite abraça a campanha. Aos olhos de um fim de dia. O negro escuro da noite. Na querência se estendia. Encerro a lida do campo. E o trato com a gadaria. Apeio bem na porteira. Chegando na...
  21. 21Bandeira da Guerra
    Uma carreta rangindo, ainda nessas estradas, Trazendo a história de um povo e uma bandeira. hasteada. No mesmo tranco dos bois, chega de um tempo passado, Lerda e pesada pra venda, vai adentrando...
  22. 22Bandeira de Guerra
    Uma carreta rangindo, ainda nessas estradas, Trazendo a história de um povo e uma bandeira hasteada. No mesmo tranco dos bois, chega de um tempo passado, Lerda e pesada pra venda, vai adentrando...
  23. 23Batendo Água
    Meu poncho emponcha lonjuras batendo água. E as águas que eu trago nele eram pra mim. Asas de noite em meus ombros sobrando casa. Longe "das casa" ombreada a barro e capim. Faz tem...
  24. 24Batendo Casco
    Num trote fronteiro de atirar o freio, vou topando o vento, só por desaforo. De ganhar a vida num gateado oveiro, loco de faceiro, junto dos cachorros. Pelo campo-fora, pelas campereadas, apresil...
  25. 25Bem Pro Sul
    Ao Sul, Mas bem pro Sul, Aonde um alambrado sete fios. Se lenvanta em courunilhas e angicos de outros tempos. Aonde a pilcha moura das carretas, vai perdendo o Santa Fé. pela frouxura dos tempos....
  26. 26Bem Querer
    Eu sei morena, não é só saudade. nesses meus olhos querendo te ver. Já se perderam por tantos olhares. mas hoje sabem o que é um bem querer. Por isso, linda, meus olhos se ach...
  27. 27Botando Um Pealo
    Um pampa-brasino mocho ganhou o mundo da porteira, Levantou terra por touro e disparou na mangueira. Eu ajeitava minha armada, quatro rodilhas e um destino, Num doze braças de oito do couro de um...
  28. 28Cada Interior
    Cada interior que há no olhar da minha gente. e um rincão de sombra mansa e de sereno. e o próprio pago com sentidos de crescer. na mesma sina de quem sabe que e pequeno. É um ranc...
  29. 29Campereando
    Na charla dos milongueiros, contraponteando o silêncio. Eu sempre digo o que penso, quando o violão me golpeia. E me garanto por terra, cantando coisas do campo. Sem molestar o quebranto, du...
  30. 30Campesino Cantador
    Campesino cantador, desfraldo um bronze rural. Com gosto de pastiçal e aromas de campo em flor. Um assovio faz fiador, e se entropilha no meu verso. Comigo mesmo eu converso, a lo bruto, guitarre...
  31. 31Cansando O Cavalo
    Por estas voltas de campo andei cansando o cavalo. Tocando o gado por diante mandando a vida pra frente. Sabendo que o sul pra gente é bem maior do que tantos. Tamanho os olhos dos outros querend...
  32. 32Cantador de Campanha
    Meu trabalho é de peão campeiro. Conforme diz meu documento. Sigo sem afrouxar nenhum tento. De campanha, crioulo e fronteiro. Mas eu trago outro ofício no mundo. Que esses fundos j...
  33. 33Canto de Quem É Campo
    Um vento não sei de onde. De assombro me deixa mal. Esvoaça uma "ponte-suela". "Gacha" orelha o meu bagual. Se ergue num redemoinho. Abrindo sulcos no macegal. Não f...
  34. 34Caso A Lua Fosse Cheia
    Há um sorriso de lua, "quarto-crescendo" no céu. Se escondendo no chapéu, de ventos já desabado. Frente ao olhar que retoma, que é um vistaço no dela. Mirando d...
  35. 35Cavalo Bom Vai Pro Céu
    "Ficou uma cruz cravada e um silêncio de arreio. Nem rangido, nem um coscorro da mordedura do freio. Ficaram estrivos juntos, xergão de carda, suado. E uma silhueta estendida, da dimens...
  36. 36Chamarrita de Galpão
    A trote e a galope. percorro qualquer lonjura. a trote e a galope. percorro qualquer lonjura. Com a minha vida nos tento. e a justiça na cintura. com a minha vida nos tento. e a justiça na c...
  37. 37Changueiro de Vida E Lida
    Quando acabarem-se as esquilas. Pra onde irei, pra onde irei?. Talvez changuear para juntar mais alguns pilas. Que sempre gasto mais depressa que ganhei. Vou assoliar meu poncho velho. Fiel parceiro,...
  38. 38Charla de Domador
    Gateado e mouro pangaré e lobuno. Tordilho e baio me criei domando. Qualquer é bueno quando tem comando. Ninguém é mestre se não tem aluno. Quem doma sabe aprendeu com o outro...
  39. 39Charla de Fronteira
    Começo então meu relato, sobre o pago e a gauchada. Léguas de campo buenaço, indiada força no braço e é crioula a cavalhada. Canto sem muito floreio esta terra pacho...
  40. 40Contigo Me Vou de Tiro
    Contigo me vou de tiro. Pouco me importa a jornada. Ao tranco o primeiro suor. Ao trote o resto da estrada. Não caminho acolherado. Nunca fui cabresteador. Andei entortando argola. Rebentando cin...
  41. 41Correndo As Varas do Peito
    Amanheço galponeando, garroteando algum avena. Por que sei que nesta pampa, ainda tem muito pavena. Enquanto a cambona aquenta, passo um fio na minha chilena. É balda antiga que eu tenho e q...
  42. 42Cova de Touro
    Quando os ventos de setembro, aguçam o instinto das feras. E a novilhada retoça, pelo cio da primavera. Covas de touro se abrem, florescem trevos no meio. E tauras travam combates, pelo pode...
  43. 43Da Boca Pra Fora
    Quando a palavra precisa. Da boca pra ganhar asas. Tem sempre um beijo guardado. Pra esconder o que ela traz. Tem sempre um lindo sorriso. Que sabe estancar a dor. Porque a saudade faz parte. Da alma...
  44. 44Dás Precisão Pra Viver
    Não preciso quase nada pra vida de peão campeiro. Espora, cincha, baixeiro, boieiras, luas e aguadas. Um galo pras madrugadas, e uma guitarra pra noite. Flor de trevo nas canhadas, maça...
  45. 45De A Cavalo
    Tenho a vida de a cavalo. entre alegrias e penas. por andejar campo afora. mudei a cor das melenas. semeando tombos de pealos. de Serro Largo a Bolena. Marcas de laços e guampas. bordadas no tira...
  46. 46De Boas Vindas
    Estendi de novo o meu olhar de boas vindas. Até onde essa solidão dava horizonte. Larguei pro campo o meu gateado, lombo suado. Ando cismado, de alma distante, desde "antonte". A v...
  47. 47De Boca Em Boca
    Andam falando por aí, de boca em boca. Que a nossa fibra e nossa raça esmoreceu. Que andam pisando em nosso pala. Quem consente é certamente porque a fibra já perdeu. Nosso cobre d...
  48. 48De Bota E Bombacha
    Um sul de verdade campeia em meus olhos. de bota e bombacha, montado a capricho. de alma amansada curtida da lida. com a doma da encilha na ponta dos cascos. Um sul de verdade galopa comigo. sujeitand...
  49. 49De Campeiro Pra Campeiro
    A ti, meu irmão guerreiro. Rastreador do mesmo ideal. Meu abraço fraternal. De campeiro pra campeiro. E num gesto missioneiro. Do meu velho pago em flor. Sem aval e sem fiador. Eu te afirmo,...
  50. 50De Estância E Saudade
    Senti um nó na garganta. Quando saí da querência. Tantas memórias recuerdo. Que a alma velha acalanta. E passam despercebidos. Só se fazendo presentes. Quando a saudade maleva...
  51. 51De Estância, Alma E Tempo
    "Mate galpão madrugada, a estrela guia nascendo, E o fogo manso aquecendo um guitarreiro ancestral, Esse é o crioulo ritual, que um novo dia repete, Pingos, dobrando o topete, na testei...
  52. 52De Laço Nos Tentos
    Indiada guapa de laço nos tentos bate no rumo que o boi se apartou. O brasino alçado de fasil forrado se foi num mato nem rastro deixou. Nesta mirada em que a cavalhada de tranco firme bande...
  53. 53De Lua Linda
    A lua cheia ponteou de novo no céu da pampa, Desenhando estampa, imagem clara, poncho e chapéu, Tranco largo, bom cavalo, Quando o céu num pealo fez uma estrela vir de "buléo&...
  54. 54De Manhã Cedo
    (Forma cavalo. São os gritos na mangueira. Abre a porteira. E tranco firme pro galpão. Esta é a lida. Que se vê flor de grongueira. É tinideira. De esporas pelo chão). Fo...
  55. 55De Pouca Prosa
    Que tal a doma, na mangueira se negando. Coiceando o vento, com a paleta na investida. Amanhã mesmo quando o sol bater no lombo. Embucalo a cara dele, firmo os basto e finco espora. Coisa bem lin...
  56. 56De Santa Clara Ao Além
    A lua se põe à vista. Como quem vem de visita. Semear a imagem bonita. Nos confins dos corredores. Beijar a face das flores. Chegar nos ranchos por frestas. E despertar a seresta. No peito d...
  57. 57De Terra, Campo E Galpão
    Me criei numa estância lidando co'a “cavaiada”. Flor de tropilha apoderada que escramuçando ventena. Me despenteia a melena quando monto um desbocado. Pois tenho Deus no c...
  58. 58De Volta de Uma Tropeada
    Das Três Bocas ao Itu quantas léguas que terá?. Talvez a mesma distância do Itaó a Maçambará. Me espera ali na cancela que a noite vai ser de lua. E eu vou chegar ao...
  59. 59Décima da Estância
    Um resto de madrugada um peleguito e o sogueiro. Patrício um negro antigo reponta os gateado oveiro. Vai rebenqueando sua sorte assobiando uma coplita. Soluça um vento do norte na macega ume...
  60. 60Décima do Potro Baio
    Eu sai pela fronteira. ver negócios de importância. eu sai pela fronteira. ver negócios de importância. que é prá ver se me ajustava. de capataz de uma estância. che...
  61. 61Depois Dos Sonhos Talvez
    Trote manso rumo gasto na persistência da trilha. As léguas mostram cansaço pela melena tordilha. O entardecer busca pouso sobre o verdor de coxilhas. Talvez depois que o caminho, troca...
  62. 62Deserdado
    O índio incréu pensa sozinho. Não há caminho da terra ao céu. Mateia e pensa que fim levaram. Os que mataram a minha crença. Tinha o pajé que tinha o deus. Não...
  63. 63Destino de Peão
    Hoje é domingo e encilhei meu estradeiro. já botei água de cheiro, não me falta quase nada. saio ao tranquito no meu traginho sem luxo. pois assim faz um gaúcho que vai ver su...
  64. 64Destinos
    O destino quer que eu cante. E ao cantar eu me concentro. A querência eu levo dentro. E o resto eu toco por diante. Podem me chamar de louco. Mas aprendi com os mais quebras. A não galopear...
  65. 65Dobrando Os Pelegos
    Me vou a cavalo de mala. e cuia e se Deus quiser. Costeando a cerca com a alma presa. num chamamé!. Me vou a trote no serigote deste gateado, que embora curto gruda o clinudo. no meu costado. Sai...
  66. 66Em Cima do Laço
    Pode chiá a chaleira pode incendiá o galpão. Pode rapá as panela pode tudo coração. Pode lavá a égua pode achá que tá bom. Pode enche a cara pode at&#...
  67. 67Ementário de Partida
    Quem traz em si o caminho. que é novo cada momento. tem na inconstância do vento. o destino que lhe cabe. Nem mesmo o destino sabe. o porquê destas partidas. das multiplas despedidas. q...
  68. 68Enchendo Os Olhos de Campo
    Manhazita de maio e notícias do céu desabam nas casa. Um angico nas brasas, consome sem pressa seu cerno de lei. O meu cusco ovelheiro fareja o suor da cherga estendida. Que descansa da lida...
  69. 69Entre Mãos E Tentos
    "A mão campeira, que é o fio da faca. Tirando uns tentos, mais ou menos grossos. Cardal pra cima que dormiu na estaca. E acordou com a chaira, fazendo alvoroço. Cada tento forte, d...
  70. 70Espera
    No altar do campo de ritual antigo. Senta uma garça que chegou de longe. De pala branco até parece um monge. Na taipa velha do açude amigo. Bombei as poças que viraram lodo. Ondas...
  71. 71Estampa Domingueira
    Linda minha estampa domingueira. Quando chego no povoado. Trago além da minha fronteira. Uma sina musiqueira. De quem vem contrabandeando. Bueno este potro de rendilha. Num trancão de pisa-f...
  72. 72Estância da Fronteira
    Guardiãs de pátria, memorial dos ancestrais. Onde trevais nascem junto ao pasto verde. Sangas correndo, açudes e mananciais. Pra o ano inteiro o gadario matar a sede. Grotas canhadas e...
  73. 73Estâncias da Fronteira
    Guardiãs de pátria, memorial dos ancestrais. Onde trevais nascem junto ao pasto verde. Sangas correndo, açudes e mananciais. Pra o ano inteiro o gadario matar a sede. Grotas canhadas e...
  74. 74Este Jeito de Domingo
    Lá vem Natalício Perdomo. No seu mouro destapado. E um ovelheiro do lado. Costeando a franja do pala. Será que andou de cismado. Numa bailanta argentina. Com alguma correntina. De p...
  75. 75Estrada Real
    O brasedo invade cernes. Há um lúcido momento. Berra uma estrela perdida. Nublada de sentimento. Clareiam fogões guardados. No galpão do pensamento. Rodilhas enfumaçadas. Do p...
  76. 76Estradeiro
    Avisto ao longe meu rincão. Saudade tem pressa de chegar. O tranco do pingo, vai quebrando o silêncio. Que me leva ao sorriso do teu olhar. A vida murmura no canto de um grilo. E mostra em s...
  77. 77Estrela D'alva
    Parece até que esta estrela. que adoro desde criança. Deus deixou pra vaca mansa. da estância do céu, sinuela. Sempre me comovo ao vê-la. tão luminosa, tão bela. atr...
  78. 78Estrela de Estrada Inteira
    Abrindo os olhos de noite. Só encontro luas cheias. Conversando com meu rancho. Tão sedento das estrelas. Silêncio é flauta de um grilo. Nestas horas que eu reflito. Tenho sol o di...
  79. 79Estrelas de Chão
    O chuvisqueiro da tarde, se foi virando aguaceiro. Entrou a noite encardida, nas nuvens de pêlo osco. Galopeadita garoa, encharca o poncho campeiro. Pingam águas de sombreiros, nestes manga&...
  80. 80Eu E O Rio
    Mateando a sede do pago. Na sonolência das margens. Sobre um espelho de imagens. Passa o rio tranquilamente. Estrada clara de seiva. Lua de estrelas prateado. Onde peleia o dourado. Na boca dos e...
  81. 81Evocando
    Eu evoco um tempo antigo. De rigores mais amenos. De cavalos caborteiros. Mas todos loucos de bueno. Eu evoco um tempo de antes. Rodeio a grito parado. Meta espora cerro a cima. Meta cachorro no gado....
  82. 82Extraviado
    Sem outro destino que andar e cruzar. Eu sou peregrino de nenhum lugar. Meu rumo conduz para onde não sei. Atrás de uma luz que eu mesmo apaguei. Meu verso bagual destapa horizontes. Na busc...
  83. 83Fandango Na Fronteira
    Vou te contar bem direitinho. De um fandango na fronteira. Vanerão se dança xote. Também se dança rancheira. Os gaúchos são valentes. E as chinocas são faceiras. E o...
  84. 84Filosofia de Andejo
    Frente ao caminho me calo, e o pensamento sofreno. O mundo é muito pequeno, prás patas do meu cavalo. Nesta jornada terrena, aprende muito quem anda. Sempre que a alma se agranda a estrada f...
  85. 85Final de Seca
    Pras bandas do poente. ergueu-se uma barra. calou-se a cigarra. assim - de repente. e um som diferente. ponteou de guitarra!. Lá longe - bem longe, faísca e troveja, silêncio de igreja....
  86. 86Firmando O Garrão
    Cansei os meus olhos de ver horizontes. quero ter de perto, no alcance da mão. na sombra do baio ou costeando o aramado. a razão deste canto, firmando o garão. O verde estendido lhe exp...
  87. 87Flor Colorada
    Mal vai o céu pelechando. Com o vir das barras do dia. E o capataz assovia. Ao que ainda a cuia não solta. E o flete percura a volta. Galvoso da companhia. E relinchando a tropilha. Que j&#x...
  88. 88Flor de Yuyo
    Minha florzita de yuyo. Mas de yuyo perfumado. Mantendo os olhos assim. Te trago frente aos meus lábios. Por isso ao guitarrear. Me gusta tê-los fechados. Sei que me fiz guitarreiro. Quando...
  89. 89Foi Bem Assim O Que Vi
    Foi bem assim o que vi !. E vou contar-lhes o fato. na estrada eu vinha de longe. e a cena era um retrato. De longe bem parecia. só um cavalo e um campeiro. recostado à sombra mansa. descans...
  90. 90Fronteira de Alma E Pampa
    Fronteiro de Alma e Pampa. Me chega um cantar de galo, na pampa. Por taura o pingo encilhado, De cacho quebrado pra torear a vida. Branqueia outra geada no campo. No corpo, tenho o bichará. Que m...
  91. 91Fronteiro de Alma E Pampa
    Me chega um cantar de galo, na pampa. Por taura o pingo encilhado, de cacho quebrado pra torear a vida. Branqueia outra geada no campo no corpo, tenho o bichará. Que me aquecerá, até em...
  92. 92Fundo de Campo
    Fundo de campo, voz de banhado, passa um tajã. Se estende o pago até meus olhos cruzarem o rio. Parece até que a tardezita se espichou longe. Que o horizonte se encolheu todo, tá p...
  93. 93Funeral da Coxilha
    Repousa o corpo tranqüilo. No funeral da coxilha. Terra bordada em flechilha. é o catre de quem retorna. A tarde em comprida forma. Das guanxumas e alecrins. Não há tristezas nem f...
  94. 94Gateada Madrinha
    Vinha o sol de bico aberto no canto de um galo novo. E a manhã fazendo pouso lá por detrás do capão. A indiada apertando a cincha, num bate-bate de argolas. E um choro fino de espo...
  95. 95Gaúcho
    De primeiro foi o boi alçado. E eu andava junto nas arreadas. A solidão do campo, a faca afiada. Bombero e changador atraz do gado. E ai cantei meu mundo que surgia. Nascido com nasce cada l...
  96. 96Gineteada de Basto
    Cavalo aporreado, puxa pro palanque. Aperta os basto num pelado sem pelego. Vai a rédea na argola do bucal. E uns lacaço fora do tempo. Tem gente fabricando aporreado. Monta duas, três...
  97. 97Grito Largo
    O vento norte a embalar macegas. E o baio ruano abaralhando o freio. Solto do peito aquele grito largo. Marca sagrada de parar rodeio. Um pouco adiante o cusco atropela. A lebrezita que arrancou do so...
  98. 98Interior
    Parecece que nem faz tempo, pois aperta o peito. (aqui no meu interior, onde esta dor não calma). que foi embora num gateado,rumando a estrada. deixando, pra traz meu rancho, de morada e alma. As...
  99. 99Juntando Os Gravetos
    Eu tenho muito, desta mania de escrever e de querer fazer de tudo um pouco. E sempre dedilho a palavra de alma lavada mimando esse tempo loco. Se a trova anda em desova é porque o violão dil...
  100. 100Mágoas de Posteiro
    Voltei ao rancho da querência onde nasci. Vim ao tranquito assobiando uma vaneira. Não vi ramada, não vi rancho nem mangueira. Pensei comigo, com certeza me perdi. Campo lavrado no luga...
  101. 101Menina, Escute Teu Cantor
    Os versos que canto agora. Cada qual fiz para ti. No lombo do campo a fora. Gado e saudade estendi. Por longa e lenta a demora. Meu verso te trouxe aqui. Tu não sabes, mas eu te canto. Em cada vo...
  102. 102Meu Pago
    Venho vindo das campinas. Deste Rio Grande de Deus. Venho atrás dos teus carinhos. Dos meigos sorrisos teus. Mal desponta o sol dourado. Saio a trote pela estrada. O meu pingo é bem ligeiro....
  103. 103Meu Peito Tem Um Rincão
    Meu peito tem um rincão. Que é de alma e de campo aberto. Tem um tarumã por perto. Sombreando a calma por onde vivo. É um horizonte largo. Pra qualquer vista que se estender. Pois...
  104. 104Meu Pingo
    O pingo do meu arreio, foi eu mesmo que domei. Arrocinei enfrenei, no estilo do pastoreio. Mestre de cancha e rodeio, gateado de toda crina. Fogo aceso na retina, que jamais apaga o brilho. É o c...
  105. 105Meu Rancho
    É a sina dos tapejaras. Essa de beber mensagens. Que o vento traz nas aragens. Do fundo da noites claras. Bordoneando nas taquaras. Ou pelas frinchas da porta. Porque reanima e conforta. O velho...
  106. 106Meu Relato
    Se acabou a primeira sova. do jeito mais desastrado. rodou o amadrinhador. num lançante esburacado. -que bagual coroveador. e meio louo eo bragado-. deiou as pilhas do Almançor. penduradas n...
  107. 107Meus Amores
    Entre os amores que eu tenho. o pingo, a china e o pago. E esta guitarra que trago. das origens de onde venho. E o poncho, toldo cigano. que balanceia nas ancas. Do pingo gateado ruano, malacara, pata...
  108. 108Meus Dois Amigos
    Um zaino negro de pechar num touro. Bem na paleta e de cruzar por cima. E cabresteando no costado um mouro. Mais agarrado do que amor de prima. O zaino é manso do andar das chinas. O mouro é...
  109. 109Milonga Abaixo de Mau Tempo
    Coisa esquisita a gadaria toda. Penando a dor do mango com o focinho n'água. O campo alagado nos obriga à reza. No ofício de quem leva pra enlutar as mágoas. Olhar triste do g...
  110. 110Milonga Crioula
    Um chapéu desabado de água, barro, tempo feio. Me aperta os tentos do barbicacho varando o passo num paysandu. A tropa segue galopeada,com os burro n'água bandeando o rio. Com o fr...
  111. 111Milonga da Alma
    no laço espichado nas aspas do touro. existe uma angústia que aos poucos se alonga;. e a corda q vibra relembra no couro, no golpe da cincha,um bordão de milonga. o berro do touro corta...
  112. 112Milonga Das Tres Bandeiras
    Vieja milonga pampeana. hija de llanos y vientos, chiruza de cuatro alientos. de la tierra americana;. Vieja milonga paisana. de los montes y praderas, tus mensajes galponeras. trenzaran en la oraci&#...
  113. 113Milonga de Mil Colores
    Há três pinhos ressongando. Nesta milonga ponteada. E a noite outonal tranqueando. Reponta a voz afinada. O som de bordões e primas. Que se arranchou no galpão. Quarteia acordes e...
  114. 114Milonga do Campo Largo
    Lua crescente de outubro, um mate depois do outro. Silêncio por quase nada quando a saudade me vem. Recosto cuia e cambona e a alma lembra da dona. Que o coração sabe bem. Faz tempo que...
  115. 115Milonga Missioneira
    Quando canto uma milonga, eu cresço uns metros de altura. Nem o minuano segura, alma e cordas que ressonga. Minha mirada se alonga quando larga cada verso. O amargo e o triste disperso num lí...
  116. 116Milonga Pra Cantar Querência
    Para cantar minha querência. Fiz meu verso mais bonito. Lhe botei cerne de angico. Pra sustentar minha crença. Para cantar minhas querência. Cantei a simplicidade. E a ilusão da et...
  117. 117Milongão Pra Assobiar Desencilhando
    Silhueta de um fim de tarde, prenunciando a mesma. sombra. Do tarumã bem copado contra o lado do galpão. Que larga fumaça branca no mais alto se desenha. De certo é cambona e lenha...
  118. 118Mirada Al Sur
    Soy de campo y soy nochero. Mi vida es lidia y cantar. Y te traigo un mundo entero. Dentro de un solo mirar. Canto mirando a tus ojos. Porque la copla sincera. Sólo se ve en el espejo. De los ojo...
  119. 119Mis Amores
    Los amores qeu yo tengo el flete, la china, el pago. Y esta guitarra que traigo del suelo de donde vengo. Y el poncho toldo gitano que se balanza en las ancas. Del flete gateado ruano malacara patas b...
  120. 120Moura Negra
    Gracias! Meu Deus pelo regalo. Eu que tenho uma quadrilha. Crioula, de bons cavalos. De acordar o canto dos galos. Do gateado até a rosilha. Me faltava a moura negra. Pelagem das mais gaúcha...
  121. 121Mundo E Carona
    O Sul que me arregala o passo. Acenta os bastos no meu cavalo. Emala um poncho campeiro. Guasqueando aperos para montá-lo. Afirma o pé no estribo. Conforme o tino da sua laia. E sangra a sau...
  122. 122Na Baixada do Manduca
    Lá na Baixada do Manduca. hay reboliço de china. três guitarras orientales. e uma gaita corrientina. e o biriva rio grandense. com toadas lisboinas. E dê - lhe mate pelos cantos. n...
  123. 123Na Folga do Pingo
    Baldo a campanha tomando um mate ensimesmado. E apeio a palavra debaixo da aba do meu chapéu. Cambona no fogo fogão de lenha charque gordo. Fumo de rolo palha das buenas e um violão. Na...
  124. 124Na Minha Solidão
    De repente as coisas mais comuns me foram ausentes. E o sorriso que andava num retrato desbotou. De repente as saudades que habitavam minha gente. Me trouxeram lentamente ao lugar aonde estou. Aqui na...
  125. 125No Calor Das Labaredas
    Vou guardar estes momentos. Que há muito tempo procuro. No mesmo clarão maduro. Da lua potra sinuela. Que repontou uma estrela. Pra me guiar no escuro. E a mesma noite que antes. Era sil...
  126. 126Nos Bailes da Guampa Preta
    Eu cheguei na guampa preta e já vi que estavam bailando. Os pingo atado na frente e o mestre Ambrósio tocando. E já andava guampa preta da sala para a cozinha. Pois só faltava cinc...
  127. 127Num Olhar de Quem Se Vai
    NUM OLHAR DE QUEM SE VAI:. O ronco simples de um mate na sombra de um paraiso. semblante triste do aviso que ronda o ciclo que encerra. do vento mesclado na terra um janeiro de mormaço. resseca o...
  128. 128O Canto do Guri Campeiro
    Teu canto claro de guri campeiro. Vibra longe no campo a entardecer. É uma canção esplendida e atrevida. Viril e jovem afirmando a vida. Na hora do crepúsculo morrer. Afirma que es...
  129. 129O Forasteiro
    Na sombra de um bolicho à beira estrada, daqueles que do mundo se perdeu. Encontra-se uma gente reunida, a espera de um chamado de seu Deus. Perfumes de bom fumo amarelido, paredes com suas almas...
  130. 130O Sal Dos Olhos
    Andei passeando no teu sorriso. E me esqueci de voltar, Perdi o rumo da estrada. Por me guiar nesse olhar. Quem sabe um dia eu veja. O que o olhar não entende, E descubra do meu jeito. Porque teu...
  131. 131O Silêncio
    "Que me parece um Siléncio n'alma. Na noite solta que se vem a mim. E renascendo nessas horas calmas. Rompe barreiras do seu próprio fim. Quem já permite ao seu cotidiano. Mom...
  132. 132O Último Adeus de Quem Ganha O Céu
    Gastei meus dias pelas invernadas. passou a vida sem eu me dar por conta. restou-me o rumo da última estrada. que me leva aonde o cruzeiro aponta. Sonhei um rancho com a morena. na lida bruta de...
  133. 133Olhos de Estrelas
    Quem traz da cina de endantes. Rebanhos de despedidas. já tem a alma curtida. Com a marca da Solidão. Mas dois olhos de Estrelas. Entraram na minha vida. Como uma bala perdida. Se vai pra de...
  134. 134Olhos Pampa
    Eu preciso das visagens que rondam os payadores. prá reencontrar os valores que aninham nos parronais. onde rebolcam baguais e nascem jujos de flores. É a mesma estrada que apeio prá de...
  135. 135Onde Andará
    Onde andará a silhueta. Desses antigos campeiros. Que desenhavam saudades. Na fumaça dos palheiros. E madrugavam setembros. Na voz clara dos braseiros. Onde andará a "mañanita...
  136. 136Os da Última Tropa
    A poeira dos cascos, Baixava de manso, Ganhando a canhada, E o eco morrente da tropa pesada, mermava a loléu, Como envolto em um véu, Um par de aspas claras, A Deus levantava, Um franqueiro...
  137. 137Os Olhos Claros da Alma
    Quando meus olhos se perdem talvez por dentro de mim. Me paro tão quieto assim que até meu verso é mais triste. E uma lembrança insiste em mim fazer moradia. Repontando uma alegria...
  138. 138Os Silêncios Das Janelas do Povoado
    Os Silêncios Das Janelas do Povoado. Era um fim de dia quieto. Para quem quisesse ouvi-lo. Apesar do céu sangrando. Alguns mateavam tranquilos. Foi quando cascos nas pedras. E constânci...
  139. 139Pago Perdido
    Um rebenque, um freio e um par de esporas. Restos de história onde a saudade esbarra. Quem já foi tropa, mas é tento agora. Afina o coração pela guitarra. Nasci onde nasceu o...
  140. 140Parece A Vida
    É um campo aberto onde a divisa se perde a vista. E um Deus artista pintou de rubro neste sol põr. Lindeiro ao mundo da invernada e sombra estendida. Parece a vida, que vai pra sempre, por o...
  141. 141Passo da Noite
    Quem já cruzou na noite distâncias largas. e viu a Querência inteira sumir num breu. precisa a graxa do trevo das invernadas, cogote duro do pingo para a jornada. e o tino de achar no e...
  142. 142Payador, Pampa e Guitarra
    Payador - pampa e guitarra. Guitarra - payador - pampa. Três legendas de uma estampa. Onde a retina se amarra. Payador - pampa e guitarra. Flecos de pátria e poesia. Alma - terra e melodia....
  143. 143Perfil de Estrada E Tempo
    Prá quem nasceu como aurora, num encontro de coxilha. Tendo a cor das madrugadas, tipo de raça andarilha. Semblante de primavera, nas flores da maçanilha. João soltou boleadeiras,...
  144. 144Por Ela
    Por ela invernei uma saudade, Trancei tentos na louca da solidão. Por ela eu plantei uma esperança, No solo morto de um triste coração. De um triste coração. Por ela cava...
  145. 145Porque Canto Solito
    O canto claro de um galo. Fez fiador pra madrugada. Que retoçou campo afora. No lombo duro de geada. Plantou nuvens de fumaça. Nas ventas da cavalhada. A bota busca o estrivo. E o baio campe...
  146. 146Pra Contrariar A Quietude
    As vezes pego a guitarra pra contrariar a quietude. E as mãos campeiras e rudes vem se fazer de cigarras. A alma solta as amarras que a solidão traz consigo. O peito encontra um abrigo numa...
  147. 147Pra O Meu Consumo
    Têm coisas que tem seu valor. Avaliado em quilates, em cifras e fins. E outras não têm o apreço. Nem pagam o preço que valem pra mim. Tenho uma velha saudade. Que levo comigo...
  148. 148Pra Os Dias Que Vêm
    O tempo insiste, me cobra seu preço. Das coisas que ontem a vida me deu. Não sabe que a vida se mostra a seu modo. Do jeito mais simples, que a alma aprendeu. Me bastam silêncios, me ap...
  149. 149Pra Quem Avista Ivituatã
    Pra quem avista Ivituatã. Numa manhã clara de sol. A alma pampa aflora o campo. E tem pra si o momento santo. Quem sabe ver-te, Ivituatã. Se me estanciei para viver contigo. E fiz abrig...
  150. 150Pra Quem Faz Pátria Num Basto
    Tenho minha pátria num basto. Contrabandeada de "Alla". E uma querência gateada. Onde a alma enforquilhada. Sabe bem onde ela tá. Sou campo por conhecê-lo. Sei do princ&#...
  151. 151Pueblero de Allá Ité
    De Allá Ité. Donde la noche poriajú no tiene penas. Porque se enciende un chamamé en cada estrella. Pueblero de Allá Ité. De Allá Ité. Calles de tierra, tacuara...
  152. 152Quando A Alma Volta Pra Terra
    Sentei os recaus no lombo de um mouro. Destapereando silêncios pelas taperas. Com cantigas de espera sem nada encontrar. Para algum dia voltar, ruminando quimeras. Com os anos passando, o sol foi...
  153. 153Quando Alguém Vem Na Estrada
    Um Quero-quero de alerta, Vigia a várzea do fundo, Rondando a paz no seu mundo, Invernadas e planura. Guerreiro por seu instinto, Feito tantos campo fora. Que fazem em puas de esporas, Estrelas p...
  154. 154Quando Me Encontro Solito
    Deixei o rancho solito pra um dia ganhar a estrada. Meu rumo pela querência é donde a ponta mirada. O pensamento descobre o descampado do mundo. Depois que cruzo a canhada de fronte o campo...
  155. 155Quando O Verso Vem Pras Casa
    A calma do tarumã, ganhou sombra mais copada. Pela várzea espichada com o sol da tarde caindo. Um pañuelo maragato se abriu no horizonte. Trazendo um novo reponte, pra um fim de tarde b...
  156. 156Que Tem Nome de Querência
    O campo é assim meus senhores. Pedaço meu deste mundo. Grama forquilha dobrando. Vinda de um solo fecundo. Extensão do meu viver. Razão e sobrevivência. Rancho, arvoredo e gal...
  157. 157Querência, Tempo E Ausência
    No cartão de procedência. Pouco importa onde nasci. Busquei rumo e me perdi. Querência minha querência. Desde então me chamo ausência. Porque me apartei de ti. Como um ca...
  158. 158Querência, Uma Releitura
    Querência é parte de mim. Uma alusão ao que faço. Jeito de andar por aí. Jeito de lá, não daqui. E tudo que eu sei de lá. Levo comigo aqui. Quando as guitarras...
  159. 159Rastos E Milongas
    Declamado. Firmei a mala do poncho. Compus de novo os arreios. Cruzei as rédeas do mouro. Que vem atirando o freio. Sigo cantando milongas. Com assovios pelo meio. Meu verso não tem costeio...
  160. 160Rastros Y Milongas
    [Com cariño al maestro. Don Alfredo Zitarrosa]. [Até el calego del poncho. Que como diz o del bueno. Solté la vienda del mundo. Que viene morrendo en freno. Y sigo con nuevas milongas....
  161. 161Ressábios
    Qualquer dia desses vou sentar a sombra. De um tarumã copado que eu mesmo plantei. Repensar a vida cuidar meus ressábios. E fazer com gosto as coisas que eu sei. Vou mandar embora tudo o que...
  162. 162Retrato do João Cuiudo
    Nasci feio como susto. Parido com pelo e tudo. Filho da Dona Nicacia, neto do veio trançudo. O chinaredo do rancho me chamam de João cuiudo. No bagual de mais corinxo. Meto as garra e quebro...
  163. 163Rincão da Saudade
    A cachorrada ressona. No galpão da estância antiga. E um cardeal que canta forte. Sua beleza de cantiga. Que quadro belo que surge. Ao terminar mais um dia. E o matiz do entardecer. Espelha...
  164. 164Rincão Dos Touros
    Nas estâncias de Bagé. Gastei esporas, caronas;. Abri rastos nos serenos. Em contrabandos e domas;. Guardei relinchos de de potros. Nas ileiras da cordeona!. Sobra cavalo pra cantar este Rio...
  165. 165Ringindo Os Arreios
    Na sombra dum capão apeio um pouco. Proseando, eu, o violão e meus cachorros. Seja, lidando em mangueira. Domando, curando bicheira num aparte de recolhida. Desterneirando as vacas no engord...
  166. 166Ritual de Fronteira
    E há quem diga. Que a lida do campo năo é mais a mesma, Que os tiros de laço somente restaram pra. Historia do pampa. E năo săo mais a estampa da vida rural. Que os ho...
  167. 167Romance do Pala Velho
    Uma vez fui na cidade. na maldita perdição. lá perdi meu pala velho. que me doeu no coração. Quando voltei da cidade. vinha com dor na cabeça. cheguei fazendo promessa. d...
  168. 168Sangue Pampa
    Se vai a tropa estendida, tranqueando por quase nada. levando a léguas de estrada, sangue pampa e descendência. pesando a marca da Estância, queimada na flor do couro. boiada gorda e al...
  169. 169Santana da Boa Vista
    Eu vivo em ti Santana e tu me habitas. Na calma do interior que estas PLantada. Os sonhos que eu busquei acharam rumo. Na serra que te faz mais encantada. Meus olhos são quase os teus minha santa...
  170. 170Saudade do Meu Cavalo
    Num galho de pitangueira, falquejado pra ocasião. Minhas rédeas penduradas são enfeites no galpão. Entre um mate pura folha, assim me ponho a pensar. Meus olhos ficam molhados com...
  171. 171Se Eu Me Chamasse Chamamé
    Faz tanto tempo amigo que o meu mate anda caseiro. Que a saudade o dia inteiro insiste em lhe parceriar. Que o meu verso anda cantando um tempo que não é seu. Quem sabe até se perdeu, p...
  172. 172Senhor Das Manhãs de Maio
    Meu galpão de alma tranqüila. ressuscita todo dia. Cada vez que o sol destapa. sua silhueta sombria. e desenha cinamomos. na minha querência vazia. Senhor das manhãs de maio. ceva...
  173. 173Senhor Nas Manhãs de Maio
    Meu galpão de alma tranqüila. ressuscita todo dia. Cada vez que o sol destapa. sua silueta sombria. e desenha cinamomos. na minha querência vazia. -Senhor das manhas de maio. ceva este...
  174. 174Sombra de Touro
    O sol caindo num fim de tarde de primavera. Formou a cena de dois valentes e uma ameaça. De um embate que o cio das fêmeas já anunciava. Onde um guerreiro vai contra outro pra honrar a...
  175. 175Sonho Em Flor
    Faz tempo que eu madrugo versos, quase sem querer. Pra alma recordar seu jeito, de não te esquecer. E trazer pra o redor do fogo, mais lembranças tuas. Dessas que a gente depois das luas, ce...
  176. 176Sovando Um Pelego
    Ando por aí, sovando um pelego, sobre um arreio. bancando no freio o que a vida toda me der costado. só pelo gosto de querer meu mundo inteiro. no entreveiro, das quetro patas do meu gateado...
  177. 177Sul
    Pelas manhãs a cerração anda tão baixa. não se divulga rancherio do Aceguá. Mas por detrás dessas paredes de fumaça. existe o sul sobre uma linha que não h...
  178. 178Talvez Algum Dia
    Talvez, talvez algum dia eu possa voltar, ao pago bendito. Talvez, talvez num domingo. Me chegue ao tranquito do flete lobuno. Ao pago querido, talvez num domingo. Talvez, talvez imagine, o rancho pos...
  179. 179Tarico Sanchez
    Se Ilama Tarico Sanchez. Caté que habla en avá. Tiene un ranchito en la costa. Y una linda e dulce cuñá. Sus hermanos son su perro. Su caballo y el chajá. Sua chinoca e sua gu...
  180. 180Todo Esse Verde Nos Olhos
    Todo esse verde nos olhos. Que a casa mira de frente. Me vem do sangue ancestral. Dos olhos de minha gente. Săo olhos de cinamomos. Rincőes de mato invernadas. Săo campos e várz...
  181. 181Todo O Meu Canto
    Meu canto veio do tempo. tem futuro e tem passado. e o compromisso firmado. com as verdades do presente. o meu cantar é consciente. tem a palavra dos campos. e a voz de outros tantos. que conhece...
  182. 182Trancaço
    Um tranco véio campeiro, desses de sai agachado. Quanto mais abagualado, mais a indiada corcoveia. Boleio a perna, com as vistas sujas de terra. De andar laçando macega, no rastro de uma mor...
  183. 183Última Lembrança
    Eu hei de amar-te sempre, sempre além da vida. Eu hei de amar-te muito além do nosso adeus. Eu hei de amar-te com a esperança já extinguida. De que meus lábios possam ter os l...
  184. 184Um Gaúcho Vem da Fronteira
    Um gaúcho vem da fronteira. sombrero de palmo e meio. com um poncho sobre o ombro. mostrando o carnal vermelho. Vem bem firmado no estribo. nas mãos, as redeas trançadas. quem será...
  185. 185Um Vistaço Na Tropa
    Botei um vistaço na tropa em reponte. Bombeei o horizonte de um verso campeiro. O gado tranqueando o Rio Grande no passo. No casco o compasso do gateado-oveiro. A manga de chuva ponteou na divisa...
  186. 186Vaneira da Bossoroca
    Velha vaneira baguala que estufa os foles da gaita. Riscando a unha do taita cheia de furo de bala. Tomando conta da sala o mesmo que lagartixa. E o chinaredo cochicha quando seu ronco se cala. Se mis...
  187. 187Vaneira da Quitéria
    Sou estradeiro pois nasci de alma gaudéria. E hoje eu vou lá pra Quitéria pois conheço bem o vau. Quebro o chapéu tranco o garrão e meto nojo. Depois de beber um apojo no...
  188. 188Vassoura de Guanxuma
    Essa mania de varrer meio tapeado. Me vem dos tempos da vassoura de guanxuma. Quando pionava no rincão do gado alçado. Marca saudade que maneio uma por uma!. Estância grande da potrada...
  189. 189Volta de Tropa
    Tropa entregue, trote largo. Retorno hoje à querência. Vou ruminando ausência. Que pastejei nos caminhos. E essa ânsia de carinhos. Numa carência baguala. Que aos tropeiros em...
  190. 190Yuyo de Espinhos
    O canto é ponta de espinho. Desses de campo dobrado. Sente o peso do caminho. Quem traz um verso cravado. Roseta de primavera. Rengueando o cusco aperreado. Aquele que é dessas voltas. Sabe...
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