Letra da Música Curvas do Rio de Elomar

Vô corrê trecho
Vô percurá u’a terra preu pudê trabaiá
Pra vê se dêxo
Essa minha pobre terra véia discansá
Foi na Monarca a primeira dirrubada
Dêrna d’intão é sol é fogo é tái d’inchada

Me ispera, assunta bem
Inté a bôca das água qui vem
Num chora conforma mule
Eu volto si assim Deus quisé

Tá um apêrto
Mais qui tempão de Deus no sertão catinguêro
Vô dá um fora
Só dano um pulo agora in Son Palo Triang’Minêro
É duro môço êsse mosquêro na cozinha
A corda pura e a cuia sem um grão de farinha

A bença Afiloteus
Te dêxo intregue nas guarda de Deus
Nocença ai sôdade viu
Pai volta prás curva do rio

Ah mais cê veja
Num me resta mais creto prá um furnicimento
Só eu caino
Nas mão do véi Brolino mêrmo a deis por cento
É duro môço ritirá prum trêcho alêi
C’ua pele no osso e as alma nos bolso do véi

Me espera, assunta viu
Sô imbuzêro das bêra do rio
Conforma nun chora mulé
Eu volto se assim Deus quisé
Nem dêxa o rancho vazio
Eu volto prás curva do rio



Glossário
Vô corrê trecho: vou andar, procurar novos lugares
Foi na monarca a primeira dirrubada: foi no império a primeira roça, com o desmatamento
Dêrna de antão: Desde então
Son Palo, Triang'Minêro: São Paulo, Triângulo Mineiro
A corda pura: referente à corda, lugar onde ficam penduradas as carnes, na cozinha
Ah mais cê veja: Repare a situação
Creto pur furnicimento: Crédito para adquirir fornecimento (alimentos e necessidades)


Enviada por: Haroldo Marques de Sousa